Setembro Amarelo: você conhece essa campanha?
O “Setembro Amarelo” nasceu quando o dia 10 de setembro foi escolhido em 2003, pela OMS, como uma data para chamar a atenção para a questão do suicídio. A organização observou a necessidade de desenvolver uma estratégia que abordasse o tema sem o tabu envolvido, fomentando a informação e a conscientização.
Desde então, esse dia é, oficialmente, o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, mas a iniciativa acontece durante todo o ano. Atualmente, o Setembro Amarelo é a maior campanha anti-estigma do mundo. Neste ano, o lema é “A vida é a melhor escolha” e diversas ações já estão sendo desenvolvidas.
Mas, qual o objetivo?
Desde 2014, a Associação Brasileira de Psiquiatria – ABP, em parceria com o Conselho Federal de Medicina – CFM, organiza, em território nacional, o Setembro Amarelo para prevenção do suicídio.
Afinal, esta é uma triste realidade que atinge o mundo todo e gera grandes prejuízos à sociedade. De acordo com a última pesquisa realizada pela Organização Mundial da Saúde – OMS em 2019, são registrados mais de 700 mil suicídios em todo o mundo. Isso sem contar com os episódios subnotificados, sendo que assim, estima-se mais de 1 milhão de casos. No Brasil, os registros se aproximam de 14 mil casos por ano, ou seja, em média 38 pessoas infelizmente cometem suicídio por dia.
O mês Setembro Amarelo é uma grande ação conjunta de diferentes esferas da sociedade. Ele visa levar conscientização e informação para todas as pessoas, possibilitando prevenir novos casos de suicídio por meio da educação e uma conversa aberta sobre esse tema.
É uma campanha muito significativa porque envolve ações de pessoas, entidades, órgãos de saúde, empresas, instituições, entre muitos outros. O foco é o cuidado com a saúde mental de pessoas de todas as classes sociais e faixas etárias.
Consiste em um olhar para a vida, o cuidado com o outro, suas dificuldades, problemas e conflitos que, muitas vezes, precisa lidar sozinho. Assim, aqueles que estão em risco encontram apoio, os demais descobrem como lidar com essa problemática e evitar os fins trágicos que os abalos da saúde mental podem provocar.
Então, o Setembro Amarelo é uma campanha contra o suicídio?
Isso mesmo! Como explicamos, o suicídio ainda é um tema cercado por tabus. Para muitos, persiste o pensamento de que uma pessoa que desiste da sua própria vida não tem coragem para viver e prefere desistir a lutar. O Setembro Amarelo tem como objetivo mostrar que isso não é verdade.
Problemas como estresse, depressão, uso descontrolado de substâncias e até mesmo o assédio em função do bullying, geram grandes abalos para a saúde mental do indivíduo. Quem se suicida não quer desistir de viver, mas se livrar da dor e dos problemas para os quais não encontra uma saída.
A campanha tem como objetivo mostrar para essas pessoas que elas não estão sozinhas, são compreendidas e podem procurar ajuda. Além disso, é possível mostrar que, com apoio, os problemas são menores e podem ter solução.
É importante lembrar que o trabalho de conscientização também é válido com quem não está passando por essa situação. Afinal, sempre é bom estar preparado para amparar alguém em uma situação difícil sem apontar ou julgar.
Nesse último caso, o Setembro Amarelo contribui para que se consiga identificar os sinais de quem está passando por momentos difíceis, o modo correto de abordar essas situações delicadas e como evitar que uma pessoa chegue a esse estágio de desespero.
Como apoiar a campanha?
Segundo a OMS, o suicídio é uma das principais causas de mortalidade, sendo a segunda principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos. Os dados ainda mostram que a cada ano no mundo cerca de 800 mil pessoas tiram a própria vida e existe um número ainda maior de pessoas que tentam tirar a própria vida e não conseguem.
Trata-se de um grave problema de saúde pública, mas é importante entender que são diversos fatores que podem influenciar um indivíduo a praticar essa ação, como cobrança da sociedade, bullying, medo, insegurança, fracasso, etc.
No entanto, as principais causas de suicídio estão relacionadas à transtornos psiquiátricos, como a depressão, ansiedade, esquizofrenia e uso de substâncias psicoativas.
Durante muito tempo, o tema suicídio foi tratado como tabu. No entanto, segundo a OMS, 90% dos casos poderiam ser prevenidos pelo simples fato de ter alguém para conversar, alertar e mudar a situação em que a pessoa se encontra. Além disso, é de fundamental importância contar com ajuda de especialistas para enfrentar e superar o momento.
Nesse sentido, a realização do movimento Setembro Amarelo se faz extremamente necessária para que as pessoas entendam a gravidade da situação, conscientizando sobre a prevenção do suicídio, buscando alertar a população a respeito da realidade da prática no Brasil e no mundo.
O movimento reforça a importância de debates, diálogos e discussões que abordem o problema, incluindo ainda os pensamentos suicidas, planos e tentativas de morte e transtornos relacionados ao problema.
Como funciona a campanha de Setembro Amarelo?
O Setembro Amarelo não é uma campanha de adesão obrigatória, mas um movimento coletivo para promover a saúde mental e dar suporte para quem precisa de ajuda. É destinado a qualquer pessoa física, empresa ou outra instituição que deseje se juntar à ABP e ao CFM para prevenir novos casos de suicídio.
No site oficial da campanha são disponibilizadas as diretrizes para participar e divulgar o Setembro Amarelo, bem como materiais para trabalhar junto ao público-alvo, no caso das empresas, os seus colaboradores.
O apoiador pode realizar as suas próprias ações com base nas diretrizes previstas para a campanha. Além disso, acontecem eventos organizados pelos parceiros da ABP, sendo que a agenda é divulgada também no site oficial da campanha.
Convite para conscientização e aprendizado!
E aí, se interessou pelo assunto?
Dia 5 de setembro de 2022, às 19h, com ênfase na semana dedicada a prevenção ao suicídio, a Pós Unigran Capital irá promover uma Aula Aberta do curso de Psicopatologia e Psicanálise da Clínica Contemporânea com o tema “A importância da pausa na prevenção ao suicídio em uma sociedade acelerada”, conduzida pela Prof.ª Dra. Giovana Kreuz.
Dra. Giovana possui graduação em Direito pela Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas de Cascavel – UNIVEL (2006) e graduação em Psicologia pela Universidade Católica do Paraná PUC-PR (1999). Especialização em “Psicanálise com crianças” pela UTP-PR. Formação em Tanatologia, ministrou as aulas e Cuidados paliativos e luto infantil nos cursos de Tanatologia da UNIBAN e FAMIPAR. Mestre em Saúde Coletiva pelo Instituto de Medicina Social da UERJ. Docente da PUC-PR (Campus Toledo) em 2008, docente da União Pan – Americana de Ensino (2004 – 2008), docente do curso de pós-graduação em Ciências da Família – UNIPAN (2006 – 2008) e Enfermagem Oncológica – São Camilo (2009). Docente de psicologia da UNINGA e UEM. Psicóloga do Hospital do Câncer UOPECCAN (2001- 2011). Especialização em Psicologia Hospitalar (provas e títulos do CFP). Doutora em Psicologia Clínica na PUC- SP, sob orientação da Prof. ª Dra. Maria Helena Pereira Franco.
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