Palestra aborda Violência contra a Mulher e Feminicídio na Unigran Capital
A Violência Contra a Mulher e o Feminicídio foram temas de palestra realizada nesta segunda-feira, 10 de junho, no auditório da Unigran Capital. A psicóloga social Márcia Paulino abordou diversos aspectos da violência de gênero e os acadêmicos de Psicologia, Enfermagem e Radiologia participaram ativamente da palestra.
A abertura foi realizada pela Subsecretária de Políticas para a Mulher de Campo Grande, Carla Stephanini, que falou sobre a atuação da Casa da Mulher Brasileira – inaugurada em 2015 e que realiza o acolhimento e atendimento às vítimas de violência doméstica – e sobre a importância da integração da rede de atendimento às vítimas de violência doméstica. Na Casa de Mulher Brasileira há serviços do Ministério Público, Defensoria Pública, Poder Judiciário, Delegacia de Atendimento à Mulher em um único lugar com atendimento 24 horas.
Psicóloga social e especialista em gestão de Políticas Públicas, Sociais e à Saúde da Família, Márcia Paulino, abriu a palestra explanando aos acadêmicos informações sobre políticas públicas para as mulheres e apresentou um panorama histórico da luta por igualdade a partir dos movimentos de mulheres e feministas.
Outro assunto abordado pela psicóloga, para contextualizar a origem da desigualdade entre homens e mulheres, foi a diferença na criação de meninos e meninas.
“Nós tratamos, nós educamos diferente os meninos e as meninas. Quando cresce, achamos que é natural. Que nascemos assim. Hoje, estimulamos as meninas ‘a cuidar’ e os meninos, a serem ‘cuidados’. Os meninos também precisam aprender a cuidar de si e dos outros. Ele pode vir a ser pai, ele pode precisar cuidar de alguém da sua família e de si mesmo. Até o desenvolvimento da coragem, de vários atributos que nós valorizamos muito: força, coragem, racionalidade e objetividade a gente oportuniza muito mais aos meninos, aos homens do que às mulheres”, afirma Márcia.
A desigualdade social, a violência doméstica e direito de ir e vir também foram abordados e discutidos com os acadêmicos. Um dos alunos da Unigran Capital pontuou que o direito de ir e vir não é o mesmo e, muitas vezes, os comportamentos dos homens e das mulheres são vistos de modos diferentes: o comportamento que para os homens é visto como normal, em mulheres é criticado. Um exemplo, é o modo de se vestir.
“Se uma mulher sai do trabalho, da balada, da casa de alguém, às 3 horas da madrugada e vai andar na rua? Os homens, na mesma situação têm medo?”, questionou a psicóloga. Os alunos afirmaram que os homens têm medo de serem assaltados, mas, é diferente das mulheres que têm medo de serem violentadas.
“Os homens têm medo de assalto, de assassinato. As mulheres têm medo de terem seus corpos violados. As mulheres falam: leva a bolsa, leva o celular, leva o carro, mas não viola meu corpo. Mas, qual o principal risco que as mulheres correm? é justamente, a violação dos seus corpos. Ainda correm o risco de escutar: mas também, o que você estava fazendo essa hora na rua com essa roupa. A gente ainda culpabiliza as mulheres, responsabiliza as mulheres. Isso é base da cultura do estupro. A ideia de que a mulher é a culpada pela violência”, citou a psicóloga.
A palestra ainda abordou o ponto máxima da violência contra a mulher: o feminicídio, o assassinato de uma mulher pela questão de gênero e as diferentes formas de violência doméstica: violência física, patrimonial, psicológica, sexual, entre outras.
Denuncie
O telefone para denúncias de violência contra a mulher é 180. Em casos de emergências, a Polícia Militar deve ser acionada pelo telefone 190.
Em Campo Grande, os casos de violência doméstica e contra a mulher podem ser denunciados na Casa da Mulher Brasileira. Lá, há rede de apoio à mulher e medidas judiciais e de proteção podem ser tomadas na hora. O atendimento é 24 horas.
Casa da Mulher Brasileira: Rua Brasília, Lote A, Quadra 2 s/n – Jardim Ima, Campo Grande. Telefone: (67) 2020-1300