Acadêmicos fazem visita técnica em propriedade rural
A turma do 4º semestre do Curso de Gestão Ambiental participou durante dois dias, (7 e 8 de setembro), de aulas práticas e teóricas em visita técnica a uma propriedade rural, que desenvolve ações de proteção ambiental, sendo a primeira propriedade rural brasileira certificada a emitir Créditos de Carbono.
As atividades envolveram paradas técnicas ao longo da rodovia BR 163, com aulas e discussões sobre Estudos de Impactos Ambientais para o licenciamento ambiental de rodovias (EIA/RIMA). A visita aconteceu na Fazenda Green Farm CO2 Free, localizada na região da bacia do rio Paraná, no município de Itaquiraí (MS), na divisa com o Estado do Paraná, a 450 km de Campo Grande.
Inicialmente, os estudantes foram orientados pelo gerente administrativo da propriedade, sobre a estrutura e estudos de impactos apresentados ao órgão ambiental, para o licenciamento das atividades e para a recuperação de áreas degradadas da fazenda.
Os acadêmicos realizaram, ainda, atividades de recuperações e prevenção de degradação de áreas de empréstimos tendo em vista os possíveis processos erosivos que contribuem com a degradação do solo e o assoreamento de cursos d’água quando não executadas técnicas preventivas e de recuperação das áreas, técnicas utilizadas em construção de taludes para proteção de áreas de empréstimo na rodovia.
O Diretor de Sustentabilidade da empresa, engenheiro florestal Eder Zanetti, Especialista, Mestre e Doutor em Plano de Manejo Florestal, ministrou uma palestra sobre a Gestão Ambiental do Carbono e a parte teórica sobre inventário florestal para certificação de créditos de carbono, bem como desenvolveu discussões sobre todas as questões relativas ao aquecimento global e as implicações econômicas e sociais das emissões e reduções de gases de efeito estufa, discutidas no Tratado de Quioto. O professor Éder também ensinou os alunos a realizar na prática, inventário florestal de seqüestro de carbono em uma floresta de eucalipto da fazenda.
Foi realizada visita técnica aos viveiros de incubação e de rustificação de mudas para utilização em recuperação de áreas degradadas e ao Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS), que funciona em parceria com o Estado de Mato Grosso do Sul, onde os alunos receberam instruções do professor sobre os impactos ambientais que afetam à fauna, bem como as técnicas de reintrodução de fauna e as restaurações de comunidades ecológicas degradadas. A apresentação continuou com uma visita a uma área experimental de Sistemas Agroflorestais, onde os alunos tiveram a oportunidade de visualizar a conciliação de culturas como eucalipto, associado ao café, erva-mate, pimenta-do-reino e palmito pupunha.
Também tiveram aula de como realizar uma vistoria, utilizando uma embarcação de grande porte da fazenda utilizada em Educação Ambiental, pelo rio Amambai e Paraná. Durante os trabalhos, o professor da disciplina mostrava os pontos impactados do rio e das matas ciliares e discutia os problemas principais das bacias que levaram aos problemas ambientais nos rios, especialmente, o assoreamento.
Aprenderam ainda a utilizar GPS e medir área e utilização de softwares, que permitem fazer croquis das áreas medidas, baixar imagens de satélites, bem como outras tecnologias para a qualificação dos relatórios, Planos de Recuperação de Áreas Degradadas e Alteradas (PRADAs) e para qualificarem os Estudos de Impactos Ambientais e Relatórios de Impactos Ambientais (EIA/RIMA), que venham a participar depois de formados.
As atividades desenvolvidas são fundamentais para o curso, pois permitem aos alunos o conhecimento do gerenciamento ambiental de diversas atividades, bem como, o uso de uma alternativa econômica sustentável para propriedades rurais, conservando as riquezas naturais, por meio do recebimento por Serviços Ambientais (RSA). Além disso, a prática obtida na visão direta das áreas recuperadas e degradadas e de formas bem sucedidas de conservação de áreas ambientais permitem a vivência pelos alunos dos problemas e de soluções possíveis, bem como o aprendizado das tecnologias, para melhor confecção dos Planos de Recuperação de Áreas Degradas e Alteradas e de Estudos de Impactos Ambientais. Este tipo de qualificação também será fundamental, se forem trabalhar na área pública ou privada, principalmente para qualificação de relatórios técnicos de vistorias.